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terça-feira, novembro 30, 2004

Political Scientists 

Resolvi abster-me de desenvolver o tema… Não vou fazer um post exaustivo sobre a dissolução da Assembleia da República, nem sobre a convocação de eleições antecipadas…
Concordo com a decisão do Presidente da República… Aliás, considero-a tardia… Mas, enfim, mais vale tarde do que nunca…
E agora???
Agora é esperar pelos desenvolvimentos dos próximos dias… E ver que rumo toma a situação…
Aguardo pacientemente o normal funcionamento da Democracia, e a realização de eleições…
Será necessário votar com consciência…
E mais não me atrevo a dizer…

segunda-feira, novembro 29, 2004

Cavaleiro Andante 

Há músicas que vivem no nosso imaginário desde que somos pequeninos... Esta é uma delas... Pelo menos no meu viveu, e ainda vive... Há pouco tempo recordei esta música pelas palavras de alguem... Não consegui colocar aqui a música... Mas a letra aqui fica...
Beijos grandes,
Ana

Cavaleiro Andante

Porque sou o cavaleiro andante
Que mora no teu livro de aventuras
Podes vir chorar no meu peito
As mágoas e as desventuras

Sempre que o vento te ralhe
E a chuva de Maio te molhe
Sempre que o teu barco encalhe
E a vida passe e não te olhe

Porque sou o cavaleiro andante
Que o teu velho medo inventou
Podes vir chorar no meu peito
Pois sabes sempre onde estou

Sempre que a rádio diga
Que a America roubou a lua
Ou que um louco te persiga
E te chame nomes na rua

Porque sou o que chega e conta
Mentiras que te fazem feliz
E tu vibras com histórias
De viagens que eu nunca fiz

Podes vir chorar no meu peito
Longe de tudo o que é mau
Que eu vou estar sempre ao teu lado
No meu cavalo de pau

(Carlos Tê / Rui Veloso)

domingo, novembro 28, 2004

One 

Esta é a música da semana... Por nenhuma razão especial... Simplesmente porque gosto... Porque é uma das melhores músicas dos U2... Porque sim...

"Is it getting better
Or do you feel the same
Will it make it easier on you
Now you got someone to blame

You say
One love
One life
When it's one need
In the night
It's one love
We get to share it
It leaves you baby
If you don't care for it

Did I disappoint you ?
Or leave a bad taste in your mouth ?
You act like you never had love
And you want me to go without

Well it's too late
Tonight
To drag the past out
Into the light
We're one
But we're not the same
We get to carry each other
Carry each other
One

Have you come here for forgiveness
Have you come to raise the dead
Have you come here to play Jesus
To the lepers in your head

Did I ask too much
More than a lot
You gave me nothing
Now it's all I got
We're one
But we're not the same
We hurt each other
Then we do it again

You say
Love is a temple
Love a higher law
Love is a temple
Love the higher law
You ask me to enter
But then you make me crawl
And I can't be holding on
To what you got
When all you got is hurt

One love
One blood
One life
You got to do what you should

One life
With each other
Sisters
Brothers

One life
But we're not the same
We get to carry each other
Carry each other

One"


sábado, novembro 27, 2004

Ás vezes é necessário mudar algo por fora para sentirmos que algo mudou, realmente, por dentro… Foi o que fiz… Um corte radical, no momento certo… Porque às vezes não pode mesmo ser de outra maneira…

quinta-feira, novembro 25, 2004

Basta... 

Está a custar-me horrores… Sinto que cada palavra pensada é um alfinete que me é espetado no coração… Ando há tempo demais a dizer que já chega, que tenho de colocar um ponto final nestes sentimentos que me atormentam… Mas hoje, depois de “tantas vezes, tantas, assim como esta vez”, percebi que se der mais um passo que seja caio no abismo… Senti um misto de raiva e decepção… Ainda sinto… E acho que vou sentir durante algum tempo… Não queria acreditar quando me diziam… Mas constatei da pior forma que afinal era verdade…
Fecho os olhos e revejo o momento flagrante de hoje… Nem imaginas como doeu… Mas já não vai voltar a doer… Não vou permitir… Se ainda existia em mim alguma esperança de que as coisas pudessem vir a ser diferentes, hoje essa esperança, por mais ínfima que pudesse ser, pereceu perante as adversidades, a tua arrogância e falta de educação, e a raiva que ficou a roer dentro de mim… Hoje foi mesmo o fim… Proibi o meu coração de bater mais forte quando te vir… Não vais voltar a fazer-me tremer… Acho que até hoje eu não tinha conseguido dizer “basta” dentro de mim de verdade… Mas hoje, depois daquela atitude inominável, percebi que já não havia mais volta a dar e disse “BASTA” com toda a verdade que tenho dentro de mim…
O espaço e o tempo desta história já lá vão… E eu tenho de me redescobrir, de redefinir prioridades, e de me salvaguardar de todas as agressões exteriores que me sejam infringidas, quer pelas tuas atitudes, quer pela minha impulsividade…

Um concerto para recordar... 

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A voz daquela mulher é simplesmente fabulosa… Invade-nos os ouvidos e impregna-se-nos na alma… O Pavilhão Atlântico estava ao rubro… Quase sete mil pessoas…
Cantei… Saltei… Bati palmas… Ri… Chorei… Enfim, dei largas aos sentidos e deixei alguns sentimentos falarem mais alto… Foi fantástico sentir a energia com que o público cantou a “Left out side alone”, a “Paid my dues”, a “Sick and Tired”, a “One day in your life” e a “I’m Outta Love”… Mas foi ainda mais fantástico sentir a emoção e o carinho com que, quase em uníssono, se cantou a “Heavy on my Heart”, a música que fala do período em que ela esteve doente… Poderia ficar aqui a escrever e descrever tudo o que senti e presenciei naquelas quase duas horas de exaltação de sentidos e sentimentos…
Ela cantou e encantou… Além de adorar a sua voz e as suas músicas, admiro de igual modo a sua coragem e força de vontade… E é por isso que se ela, realmente, voltar a Portugal para o ano eu irei assistir…
O momento mais emocionante da noite foram, sem dúvida alguma, os minutos em que ela cantou a “Heavy on my Heart”… E, por isso mesmo, aqui deixo a letra…

"Heavy on my Heart"

“Try to fly away but it's impossible
And every breath I take gives birth to deeper sighs
And for a moment I am weak so it's hard for me to speak
Even thought we're underneath the same blue sky
If I could paint a picture of this melody
It would be a violin without it's strings
And the canvas in my mind sings the songs I left behind
Like pretty flowers and a sunset

(Refrão)
It's heavy on my heart
I can't make it alone
Heavy on my heart
I can't find my way home
Heavy on my heart
So come and free me
It's so heavy on my heart

I've had my share of pleasure and i've tasted pain
I never thought that I would touch an angel's wing
There's a journey in my eyes
I'ts getting hard for to hide
Like the ocean at the sunrise

(Refrão)

Love
Can you find me in the darkness?
And love
Don't let me down
There's a journey in my eyes
It's getting hard for me to hide
And I never thought that I'd touch an angel's wing

(Refrão)”


terça-feira, novembro 23, 2004

Recordações... 

Hoje resolvi reler tudo aquilo que escrevi nos dez meses de existência do Muito à Frente… Muitos foram os sorrisos que se desenharam no meu rosto ao recordar as razões que me levaram a escrever determinadas coisas, ao relembrar conversas e situações que me “inspiraram”… Mas também muitas foram as vezes que me senti muito pequenina, com o coração apertadinho e as lágrimas a tentarem escapar-me dos olhos… Recordei aquela tarde em que tive a primeira decepção com alguém que não devia… Recordei as situações que me fizeram apaixonar… E também as que me fizeram perceber que jamais me deveria ter apaixonado… Recordei as partilhas de sentidos e sentimentos com todos aqueles que por aqui têm passado, tanto os que deixaram, e continuam a deixar, os seus comentários como os que em silêncio me lêem e percebem, sem se manifestarem, tudo aquilo que aqui é escrito… Recordei as noites de insónia que passei a escrever… Recordei o caderno azul com linhas às cores que está guardado e que tem escrito tudo aquilo que nem aqui tive coragem de escrever… Recordei a primeira vez que percebi que aquele alguém ia sair da minha vida… Recordei as palavras da Conchinha que diziam que “as pessoas não saem da nossa vida, só mudam de lugar”… Recordei ter querido acreditar nisso como se de uma verdade incontestável se tratasse… Recordei aquele malfadado jantar… Recordei o dia seguinte… Recordei as férias de Verão e a distância forçada e inultrapassável… Recordei o regresso à faculdade e o encontro logo no primeiro dia de Setembro… Recordei que esse foi, efectivamente, o princípio do fim… Recordei o tempo que se seguiu… Recordei tanta coisa que não consigo expressar por palavras… Coisas daquelas que só se conseguem sentir… Recordei o dia de ontem… Recordei um olhar gélido… Recordei a ausência de palavras…
Foi bom rever tudo isto… Sei que não posso evitar reencontros… Sei que me vai custar ainda a ausência de palavras… Mas sei que é melhor para mim assim… Um dia ainda vou conseguir perceber o porquê de todas estas coisas… Até lá vou continuar a viver… Até porque um dia destes a memória volta a ser minha amiga e apenas me irá fazer recordar aquilo que me fez sorrir e sonhar, e não o que me deixou triste e a chorar…

A ovelha negra das cadeiras... 

Cada vez mais me apercebo da relatividade do tempo… Quando estamos distraídos e a gostar do que estamos a fazer, a ver ou a ouvir nem damos pelo decurso do tempo… Parece que voa… Pelo contrário, quando estamos a fazer, a ver, ou a ouvir algo que não nos agrada ou que nos aborrece, o tempo demora a passar…
Noto isso, especialmente, quando estou nas aulas teóricas… Há uma cadeira que não me agrada, que acho extremamente aborrecida… Ora, as teóricas dessa cadeira são, igualmente, aborrecidíssimas… Dão tempo para tudo e mais alguma coisa… Dão tempo para conversar, estudar outras cadeiras, fazer campeonatos de stop… Enfim, esse tipo de coisas que nos ajudam a matar o tempo…
O problema surge quando olhamos para o relógio e nos damos conta que, afinal, ainda só vamos a meio da aula… Ainda por cima, o assistente que está a dar a aula fala com a boca colada ao microfone… Resultado: parece que a voz do Sr. nos invade os ouvidos de forma violenta… Alguém deveria ensinar àqueles Srs. que não se fala ao microfone assim… Mas, enfim, se o mal fosse esse até nem tudo estava perdido…
Problema ainda maior é mesmo o facto de eu não gostar daquilo… Da segunda parte da matéria até sou capaz de gostar, mas desta primeira não…
Ainda por cima ando a remar contra a maré porque parece que todos gostam daquilo

Velha Infância 

Você é assim
Um sonho pra mim
E quando eu não te vejo

Eu penso em você
Desde o amanhecer
Até quando eu me deito

Eu gosto de você
E gosto de ficar com você
Meu riso é tão feliz contigo
O meu melhor amigo é o meu amor

E a gente canta
E a gente dança
E a gente não se cansa

De ser criança
Da gente brincar
Da nossa velha infância

Seus olhos meu clarão
Me guiam dentro da escuridão
Seus pés me abrem o caminho
Eu sigo e nunca me sinto só

Você é assim
Um sonho pra mim
Quero te encher de beijos

Eu penso em você
Desde o amanhecer
Até quando eu me deito

Eu gosto de você
E gosto de ficar com você
Meu riso é tão feliz contigo
O meu melhor amigo é o meu amor

E a gente canta
E a gente dança
E a gente não se cansa

De ser criança
Da gente brincar
Da nossa velha infância.


segunda-feira, novembro 22, 2004

Incertezas... 

“Tens a certeza que és capaz?”

A pergunta ecoa na minha mente até agora… Disse que sim, mas a verdade é que não sei… Há muita coisa em jogo… Estou perto do fim… Já andei mais de metade do caminho… Mas o final parece ainda tão longe… Queria que fosse já amanhã… Queria acordar e perceber que este tempo já tinha passado… Que agora tudo iria ser diferente… Não sei se pior ou se melhor… Diferente, com certeza que seria… Que há-de ser… Mas o futuro parece tão longe, tão inatingível… E o contra-senso sobressai quando me dou conta que, afinal, o tempo está a passar a uma velocidade vertiginosa… Quero chegar ao fim… E ver o que está para além disto… Mas ao mesmo tempo tenho medo…

“Tens a certeza que és capaz?”

Certeza não tenho… Aquele lugar é especial demais para mim… Vou guardá-lo para sempre dentro do meu coração… Vai custar… Mas sinto que será o melhor… Além do mais, não poderá ser de outra maneira… Ainda faltam quase dois anos, mas já sinto saudades… Saudades dos primeiros anos… Saudades de algumas pessoas que desistiram… Saudades de outras que ficaram para trás… Saudades de quem chegou antes e já se foi embora… Saudades de mim quando entrei… Saudades de mim há um ano atrás… E receio do que está por vir… A incerteza do futuro assusta-me…

No outro dia dei por mim a dizer que aquele lugar não tinha muito mais para me dar… Nem eu a ele… Não sei até que ponto isso é verdade… Mas sinto que neste momento não posso arriscar-me a descobrir…

Se serei capaz ou não, apenas o futuro dirá…

Eu quero, preciso acreditar que sim…

quarta-feira, novembro 17, 2004

Sinto muito... 

Não sei dizer isto de outro modo… Perdoa as minhas palavras frias e ríspidas… Não te quero magoar… Não quero utilizar palavras que possam ferir a tua sensibilidade…

Houve um tempo em que pensei que te conhecia… Éramos transparentes um para o outro… Lias-me a alma… Eras o meu grilo falante… Dizias que eu era pequenina… E eu sentia-me pequenina, protegida… Davas-me beijinhos na testa porque sabias que isso me deixava um pouco arreliada… Fazias “asneiras” e depois pedias desculpa… E eu desculpava… Porque os amigos desculpam sempre as nossas falhas…

Mas depois tudo mudou…

E hoje, embora não entendas porquê, eu consigo perceber que nunca te conheci… Perguntaste-me o porquê daquelas palavras… "Nunca me conheceste? Como assim?"… És uma pessoa diferente daquilo que eu pensava… Se melhor ou pior não sei… Não te conheço… E a realidade é essa…

Voltaste a dar-me beijinhos na testa e a dizer que era respeito… Talvez… É provável… Mas há coisas que mudam… E a pequenina aqui também mudou…

Um dia destes vamos almoçar… E talvez, entre uma frase e outra, entre um olhar e outro, entre uma piada e outra, eu consiga perceber até que ponto é que deixaste de ser o meu amigo, ou até que ponto nunca foste como eu julguei que fosses…

Dizes que somos amigos… Eu não sei… Já não sei… Mas gostava que isso fosse verdade… Quem sabe???

Justificação 

Escolhi esta música por muitos motivos, que não vale a pena referir aqui... Mas o principal deles (apesar de me identificar muito com a música) é o facto de a pessoa que me enviou a letra e me deu a música a conhecer estar a precisar de algo mais...

Esta é para ti... Beijos Grandes...
E mais não digo...


Stigmatized 

If I give up on you I give up on me
If we fight what's true, will we ever be
Even God himself and the faith I knew
Shouldn't hold me back, shouldn't keep me from you

Tease me, by holding out your hand
Then leave me, or take me as i am
And live our lives, stigmatized

I can feel the blood rushing though my veins
When i hear your voice, driving me insane
Hour after hour day after day
Every lonely night that i sit and pray

We live our lives on different sides,
But we keep together you and I
Just live our lives, stigmatized

We'll live our lives, We'll take the punches everyday
We'll live our lives I know we're gonna find our way

I believe in you
Even if no one understands
I believe in you, and i don't really give a damn
If we're stigmatized
We live our lives on different sides
But we keep together you and I
We live our lives on different sides

We gotta live our lives
Gotta live our lives
Were gonna live our lives
We're gonna live our lives, Gonna live our lives,
Stigmatized


sábado, novembro 13, 2004

Palavras... 

Dizes que me notas ansiosa… Não entendo porquê… Não me sinto ansiosa… Parece que sinto até uma certa acalmia, aquela que chega, ou devia chegar, depois da tempestade… Mas depois penso: Será que a tempestade já passou mesmo dentro de mim? E percebo que só o tempo me vai conseguir responder a isso… Mas certezas não posso ter… E tantas vezes fiquei parada à espera de certezas… E deixei o tempo seguir o seu caminho…

Dizes que tenho de deixar o tempo passar devagar, que tenho muito à minha frente… É verdade… Mas às vezes sinto que não sou capaz de ficar parada à espera que o tempo passe… Já deixei vezes demais… Não sei até que ponto sou capaz… É como se sentisse que o tempo leva para longe de mim tudo o que me é caro… E talvez leve mesmo…

Dizes que somos parecidos… E, quando penso nisso, reparo que se calhar até tens razão… Nisso e noutras coisas… Tens razão, acima de tudo, quando dizes que por vezes tenho dificuldade em perceber o que de facto quero fazer…
Mas isso faz parte da minha construção como pessoa e como mulher… Estou a crescer e crescer tem destas coisas… As certezas a que tanto dou valor é que teimam em não vir ter comigo… Talvez nem existam… Mas o importante é que eu consiga aprender alguma coisa no meio destas incertezas que me rodeiam…
Tomei as minhas decisões… Escolhi um caminho e tenho de o seguir até ao fim… Não sei se estou a ser cautelosa, ou simplesmente medrosa... Mas tenho de me proteger de algum modo... E sei que consegues entender isso…

segunda-feira, novembro 08, 2004

Nada... 

Fechei a porta sem olhar para trás… Deixei o que restou lá, naquele lugar inóspito e feio para onde atirei tudo o que tinha dentro de mim… O que restou? Muito pouco… Apenas um nada que tentei transformar em tudo na esperança de que algo fosse , realmente, mudar…

Hoje detenho-me perante mim mesma… Analiso-me e nada mais consigo perceber do que aquilo que se vê… E nada mais se vê do que aquilo que restou…

Pensamentos sem sentido sucedem-se na minha mente a uma velocidade vertiginosa… Talvez em busca de uma explicação plausível, verosímil, para isto, para este nada… Ou talvez, apenas, como modo de tentar dar algum sentido a alguma coisa…

O tempo passa… Os segundos… Os minutos… As horas… Os dias… Simplesmente passa… E ao passar deixa atrás de si um rasto de silêncio… Um silêncio ensurdecedor e medonho… E ao vê-lo passar vamo-nos tornando espectadores de uma existência que já não se consegue explicar… O tempo não coloca nada no seu devido lugar… O tempo nada mais faz do que passar… Tic, tac, tic, tac… Vou escutando o som do relógio… Os ponteiros deslocam-se num ritmo lento e compassado… E o tempo passa…

Olho a porta fechada… Penso no que deixei do outro lado… Aprendi… Há conversas que só se têm em silêncio… Há confidências que só se trocam numa troca de olhares… Há olhares que valem mesmo mais do que mil palavras… Agora aprendi… Tarde… Mas aprendi…

Guardo o tudo (que não foi) e o nada (que é) dentro de um outro baú… Junto-lhe a incerteza que me ficou por ter fechado a porta e o receio de ter deixado algo valioso (aquilo que já julguei perdido, que reencontrei, e que talvez tenha perdido de novo) do outro lado… Este baú é diferente dos outros… É mais fundo… Sem fundos falsos ou qualquer outro tipo de compartimentos secretos…

Olho a porta mais uma vez… Sei que jamais a poderei voltar a abrir… Se fiz bem em fechá-la , ou não, nunca saberei… Está fechada… Acabou…

domingo, novembro 07, 2004

Não resisti!!! 

É verdade!!! Eu não consegui resistir a colocar no blog esta música fantástica… Bagão Félix no seu melhor… Espero que se divirtam tanto como eu..


quinta-feira, novembro 04, 2004

Despedida... 

A cera vai derretendo à medida que a chama vai consumindo o pavio… Já falta pouco para a chama se apagar… A cera derretida começa a ficar sólida de novo… Já derreteu à muito tempo e agora é tempo de voltar à consistência inicial, ainda que a forma jamais possa voltar a ser a mesma… É assim com tudo na vida… Sei que já devia ter percebido isto há muito tempo, e talvez tenha percebido, mas só hoje o senti de verdade…

Percebi-te entrar naquele lugar… Olhei-te… Demorei o olhar em ti e senti que já não faz qualquer sentido (se é que alguma vez fez)… Senti-te olhar-me… Uma vez… E outra… Não me importei e olhei-te de novo… Ia falando com algumas pessoas e continuava a olhar-te… É como se hoje já não importasse que pudesse ver ou o que os outros pudessem pensar… É como se tivesse sido a última vez… E que por isso tudo fosse permitido…

Recordei algo que me disseste da última vez que falamos… E dei-me conta que tens razão… Tenho de me concentrar no que realmente importa e esquecer o resto… Há um tempo para tudo … E o tempo agora é de coisas sérias…

Sinto mesmo que hoje pode mesmo ter sido a última vez que os meus olhos se demoraram em ti…
Vou sentir falta deste tempo, e do outro, do que já passou, do tempo que podia ter sido nosso e não foi…

Mas é altura de içar a ancora e traçar uma nova rota… Uma que me leve a navegar por um caminho com destino certo… Estou cansada de andar à deriva… Estou exausta de não ter Norte…

E é por isso que me despeço de ti… Porque já é tempo de seguir em frente… Porque já tenho os baús arrumados… Porque só me falta fechar a porta do sótão e guardar a chave na caixinha das recordações…

Deixo-te com Mafalda Veiga, e a música que me veio à cabeça quando hoje te vi entrar naquele lugar… “Um pouco de céu”…

"Só hoje senti
Que o rumo a seguir
Levava pra longe
Senti que este chão
Já não tinha espaço
Pra tudo o que foge
Não sei o motivo pra ir
Só sei que não posso ficar
Não sei o que vem a seguir
Mas quero procurar

E hoje deixei
De tentar erguer
Os planos de sempre
Aqueles que são
Pra outro amanhã
Que há-de ser diferente

Não quero levar o que dei
Talvez nem sequer o que é meu
É que hoje parece bastar
Um pouco de céu
Um pouco de céu

Só hoje esperei
Já sem desespero
Que a noite caísse
Nenhuma palavra
Foi hoje diferente
Do que já se disse
E há qualquer coisa a nascer
Bem dentro no fundo de mim
E há uma força a vencer
Qualquer outro fim

Não quero levar o que dei
Talvez nem sequer o que é meu
É que hoje parece bastar
Um pouco de céu
Um pouco de céu"

quarta-feira, novembro 03, 2004

Saudades... 

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É só um emblema, eu sei… Mas faz-me recordar tanta coisa… Aquela cidade que eu tanto amo… Os amigos que lá ficaram… Os anos que lá vivi…

Aqui há uns tempos dei comigo a pensar nas tardes passadas no Lais de Guia… Era tão bom… Sentia o cheiro a mar… Olhava-o e o bater das suas ondas deixava-me em paz com o mundo… Mas isso era antes… Era na altura em que eu ainda acreditava que tudo na vida era possível e que o mundo era meu… Os meus 16 anos já estão muito longe… E os sonhos que sonhava nessa altura também…

Mas passaram 5 anos, e os sonhos de hoje são diferentes dos de antes… Já não acredito que o mundo seja todo meu… Mas o meu mundo ninguém me pode tirar… E é isso que me dá a força de que preciso para continuar a lutar, para seguir em frente…
Olho este emblema cosido na minha capa e os meus olhos ficam marejados de lágrimas… Sinto saudades de um tempo que já não volta… Sinto saudades de passear em Santa Catarina no Outono… Sinto saudades das iluminações de Natal da Fernandes Tomás e de Sá da Bandeira… Enfim, sinto saudades daquela cidade linda que muitos consideram escura e feia, mas que eu vejo encantador e misteriosa… Um dia destes tenho de lá voltar…

Tenho mesmo saudades…

terça-feira, novembro 02, 2004

Para Ti (que no fundo sabes quem és)... 

Entraste naquele lugar, naquela tarde, com o mesmo ar de menino malandro que tanto me encanta, que sempre me encantou… Ambos estávamos acompanhados… Mas mesmo que não estivéssemos iria ficar cada um no seu lugar, como sempre foi e como sinto que continuará a ser… O que aconteceu a seguir foi uma tontice minha, eu sei… Mas estava arreliadíssima por não me teres falado… Tinha o orgulho ferido… E senti necessidade de te fazer mal… Mas quem acabou por ficar mal fui eu… Eu é que fiquei triste e arreliada comigo mesma por ter agido de um modo tão impensado e infantil… Nem me reconheci…

Ficaste admirado com o que viste… Eu vi a admiração estampada nos teus olhos… Nunca me tinhas visto a fazer aquilo e foi uma surpresa… Não perguntaste, mas eu respondo: Não, não é costume. Aliás, é raríssimo. Só o faço quando estou mesmo muito enervada e entre amigos. O dia não tinha corrido muito bem. E o facto de me sentir com o orgulho ferido também não ajudou. É nestas alturas que uma amiga minha me diz em tom de brincadeira “És mesmo Leão, neste caso Leoa!”. Ela tem razão… Mas é mais forte do que eu… Há quem diga que se aprende a controlar com a idade… Há quem diga que tem tendência a apurar… Eu não sei… Acho que vou esperar para ver…

Aquilo que me viste fazer, e os momentos que se seguiram foram terríveis… Comportei-me como uma menina birrenta de cinco anos que, como não tem o que quer, bate o pé e diz os disparates que lhe vêm à cabeça… E foi o que aconteceu…
Quando saíste daquele lugar o teu semblante era carregado… Fiquei com a sensação que a “brincadeira” não te tinha agradado nem um pouco… Na altura não me importei… Mas depois, quando cheguei a casa da Bela fiquei a pensar em tudo e a sentir-me uma tonta… E hoje, depois de te ver, fiquei com a sensação de que achas que te “gozei”… Sei que posso ter deixado essa impressão… Mas não foi o que aconteceu…

Tenho pena… Sinto que o abismo que existe entre nós está cada vez mais fundo e intransponível… Às vezes sinto que nada está no lugar certo… Mas outras vezes sinto-me assustada e insegura… Afinal, há coisas que eu não sei, certezas que eu não tenho, e que de que preciso…

Fui infantil? Talvez tenha sido… Mas aquilo que sinto, ou não sinto, já nem sei, fez-me parar e pensar… Agi de modo errado, eu sei… Mas não posso mudar o que está feito…

Lamento, mas o tempo não é mágico e não o posso fazer voltar para trás…

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