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quinta-feira, março 25, 2004

Trapezista... 

Sei que foi um momento... Não tenho ilusões... Amanhã tudo volta ao que é desde há muito tempo... Mas hoje, naquele momento, foste meu, de novo... Como eras antes...
senti, de novo, a vertigem de estar contigo lá em cima, no trapézio... Tive, de novo, a certeza de que não me ias deixar caír... Nunca deixaste de verdade... Mesmo quando eu sentia o chão perto demais... Sempre arranjaste maneira de eu não tocar o chão e voltar para junto de ti... Muitas vezes cheguei a acreditar que tinhas asas... E que era por isso que eu não chegava a caír de verdade...
E hoje, de novo pelas tuas mãos, senti o bom que é ver o mundo lá de cima do trapézio... Voltaste a fazer os meus sonhos voarem mais alto que as núvens... E voltei a rodopiar no ar sem medo de caír...
Já falta pouco para o espectáculo terminar... Vou ter saudades tuas... E não tenho medo de o dizer... Vou ter saudades de rodopiar no ar com a certeza de ter as tuas mãos à espera das minhas...

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