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segunda-feira, abril 05, 2004

As palavras 

São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.

Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.

Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.

Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?

Eugénio de Andrade


Tinha algumas dúvidas sobre o que te escrever... Mas acho que encontrei o poema certo... Aquele que não dizendo nada acaba por dizer tudo... Sei que di ti, como sempre, não vou ouvir qualquer comentário... Mas sinto que vais gostar...

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