<$BlogRSDUrl$>

quinta-feira, agosto 19, 2004

Quando (já nada é intacto) 

"Quando já nada é intacto
quando tudo na vida vem em pedaços
e por dentro me rebenta um mar
quando a cidade alucina
num luar de néon e de neblina
e me esqueço de sonhar

Quando há qualquer coisa que nos sufoca
e os dias são iguais a outros dias
e por dentro o tempo é tão voraz

Quando de repente num segundo
qualquer coisa me vira do avesso
e desfaz cada certeza do meu mundo

Quando o sopro de uma jura
Faz balançar os dias
Quando os sonhos contaminam
Os medos e os cansaços
quando ainda me desarma
a tua companhia
e tudo o que a vida faz
Em mim

Quando o dia recomeça
e a noite ainda te prende nos seus braços
e por dentro te rebenta um mar

Quando a cidade te esconde
e o silêncio é o fundo das palavras
Que te esqueces de gritar

Quando o sopro de uma jura
Faz balançar os dias
Quando os sonhos contaminam
Os medos e os cansaços
quando ainda me desarma
a tua companhia
e tudo o que a vida faz
Em mim"


Já nada no meu ser é intacto… Já nada existe como existia… Mudei… Cresci… Estou diferente… O último mês fez-me perceber tantas coisas e definir tantos sentimentos e prioridades, que fico espantada comigo mesma… E não só… Fico espantada com a velocidade a que os pensamentos têm voado na minha mente… Parece magia… É como se eu pensasse e eles voassem até ao baú onde vão repousar para sempre… Nada se esquece… E eu não quero esquecer nada… Sinto que aprendi muito com tudo isto… E agora que arrumei tudo no seu devido lugar vou fechar a porta do sótão, e deixar as recordações onde devem ficar… Lá guardadas, no cantinho da memória onde sei que sempre as irei encontrar…
Por vezes pergunto-me onde fui buscar aqueles sentimentos… A razão não existe… Nunca fizeram sentido… Mas como diz o André Sardet : “e eu deixei-me levar/ porque eu… eu gostei do teu olhar…”… Sim, porque me encantei com os teus olhos… Com o teu sorriso… Com a tua maneira de ser e de me tratar… Vi em ti alguém que mais ninguém via… Os meus amigo diziam que eras mal educado e convencido… Mas não era assim que eu te via… E agora que passou continuo a não ver… És igual a ti próprio… E foi isso que me fez olhar duas vezes… Duas… Três… Quatro… Fez com que os meus olhos ficassem presos em ti…
Mas agora é tempo de mudança… É tempo de (re)definir prioridades… De renovar emoções… De (re)inventar sentimentos… De me (re)descobrir… Porque já nada é intacto em mim… Porque guardei de ti o que é bom de guardar… E porque a vida “é feita em cada entrega alucinada/ para receber daquilo que aumenta o coração…”, já é tempo de seguir em frente… E de te deixar ficar no teu lugar… Onde sei que não posso voltar…

Comments: Enviar um comentário

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

Pensamentos de outros...


moon phase
 
Músicas especiais...