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terça-feira, outubro 26, 2004

(As minhas) Verdades... 

“Porque eu sou tua amiga. Conheço os teus sorrisos, reticências, silêncios.”

É verdade. Conheces-me. Ás vezes interpretas-me melhor do que eu mesma. Mas de tão parecidas que eram, as nossas histórias tornaram-se muito diferentes. Tiveste a força e a coragem que eu procuro incessantemente, e não consigo encontrar, para dizer basta, do fundo da alma. Sim, porque é no fundo da alma, naquele cantinho mais escondido e sombrio, que guardo a força que me vai fazer seguir em frente e crescer ainda mais um pouco com esta história.

Disseste-me várias vezes que as pessoas não saíam da nossa vida, só mudavam de lugar. Mas não sei bem se é assim. Ou se sei, então prefiro não saber. Prefiro acreditar que saem e pronto. Algumas saem e deixam a porta entreaberta para poderem voltar. Outras saem e batem com a porta de uma maneira que fazem tanto barulho que nos deixam a certeza que jamais regressarão. Outros, ainda, saem muito devagarinho deixando atrás de si um silêncio ensurdecedor. Um silêncio daqueles que nos provoca um arrepio na espinha, esvazia a alma e gela o coração. Um silêncio que se mistura com a certeza da partida e a incerteza de um possível regresso.

E mais uma vez te digo que é nesta última saída que me revejo e revejo toda esta história. Porque há coisas que não têm mesmo de ser e pronto. E quando nos perguntam o porquê, simplesmente, não temos resposta. Porque sim. Porque a vida é mesmo assim. Porque não acredito em coincidências. Porque tal como tu acredito em Destino, Fado, o que lhe queiram chamar. Porque nada acontece por acaso. Porque não tinha mesmo de ser.

E ambas sabemos disso.

Dizes que racionalizo tenuemente aquilo que não pode ser racionalizado. Sei que tens razão. Mas já não consigo lidar com determinadas coisas de outro modo. Já não sou capaz de o fazer. Agora só consigo olhar em frente porque tenho medo de olhar o que está à minha volta e ver o que tento evitar a todo o custo. Chama-me cobarde se quiseres. Ou se não quiseres pensa apenas. Porque é verdade. Não nego. Porque sabes que, apesar da importância que as palavras têm para mim, existem aquelas que mesmo que pudessem ser ditas eu não diria.

Há alturas na vida em que é preciso parar para pensar. É o que tenho feito. É o que vou continuar a fazer. Tem mesmo de ser. Tenho de fechar os baús, arrumá-los no lugar, trancar a porta do sótão, e guardar a chave nalgum lugar que depois me esqueça, para não ceder à tentação de lá voltar e desarrumar tudo outra vez. É tempo de dizer basta. Vamos lá ver é se sou capaz.

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