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quinta-feira, novembro 04, 2004

Despedida... 

A cera vai derretendo à medida que a chama vai consumindo o pavio… Já falta pouco para a chama se apagar… A cera derretida começa a ficar sólida de novo… Já derreteu à muito tempo e agora é tempo de voltar à consistência inicial, ainda que a forma jamais possa voltar a ser a mesma… É assim com tudo na vida… Sei que já devia ter percebido isto há muito tempo, e talvez tenha percebido, mas só hoje o senti de verdade…

Percebi-te entrar naquele lugar… Olhei-te… Demorei o olhar em ti e senti que já não faz qualquer sentido (se é que alguma vez fez)… Senti-te olhar-me… Uma vez… E outra… Não me importei e olhei-te de novo… Ia falando com algumas pessoas e continuava a olhar-te… É como se hoje já não importasse que pudesse ver ou o que os outros pudessem pensar… É como se tivesse sido a última vez… E que por isso tudo fosse permitido…

Recordei algo que me disseste da última vez que falamos… E dei-me conta que tens razão… Tenho de me concentrar no que realmente importa e esquecer o resto… Há um tempo para tudo … E o tempo agora é de coisas sérias…

Sinto mesmo que hoje pode mesmo ter sido a última vez que os meus olhos se demoraram em ti…
Vou sentir falta deste tempo, e do outro, do que já passou, do tempo que podia ter sido nosso e não foi…

Mas é altura de içar a ancora e traçar uma nova rota… Uma que me leve a navegar por um caminho com destino certo… Estou cansada de andar à deriva… Estou exausta de não ter Norte…

E é por isso que me despeço de ti… Porque já é tempo de seguir em frente… Porque já tenho os baús arrumados… Porque só me falta fechar a porta do sótão e guardar a chave na caixinha das recordações…

Deixo-te com Mafalda Veiga, e a música que me veio à cabeça quando hoje te vi entrar naquele lugar… “Um pouco de céu”…

"Só hoje senti
Que o rumo a seguir
Levava pra longe
Senti que este chão
Já não tinha espaço
Pra tudo o que foge
Não sei o motivo pra ir
Só sei que não posso ficar
Não sei o que vem a seguir
Mas quero procurar

E hoje deixei
De tentar erguer
Os planos de sempre
Aqueles que são
Pra outro amanhã
Que há-de ser diferente

Não quero levar o que dei
Talvez nem sequer o que é meu
É que hoje parece bastar
Um pouco de céu
Um pouco de céu

Só hoje esperei
Já sem desespero
Que a noite caísse
Nenhuma palavra
Foi hoje diferente
Do que já se disse
E há qualquer coisa a nascer
Bem dentro no fundo de mim
E há uma força a vencer
Qualquer outro fim

Não quero levar o que dei
Talvez nem sequer o que é meu
É que hoje parece bastar
Um pouco de céu
Um pouco de céu"

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