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terça-feira, dezembro 28, 2004

Por outras palavras… 


“Ninguém disse que os dias eram nossos
Ninguém prometeu nada
Fui eu que julguei que podia arrancar sempre
Mais uma madrugada
Ninguém disse que o riso nos pertence
Ninguém prometeu nada
Fui eu que julguei que podia arrancar sempre
Mais uma gargalhada

E deixar-me devorar pelos sentidos
E rasgar-me do mais fundo que há em mim
Emaranhar-me no mundo
E morrer por ser preciso
Nunca por chegar ao fim

Ninguém disse que os dias eram nossos
Ninguém prometeu nada
Fui eu que julguei que sabia arrancar sempre
Mais uma gargalhada

E deixar-me devorar pelos sentidos
E rasgar-me do mais fundo que há em mim
Emaranhar-me no mundo
E morrer por ser preciso
Nunca por chegar ao fim”




O silêncio da noite envolve-me de tal maneira que já não consigo libertar-me… Fecho os olhos e tento dormir… Mas o sono que tomou conta de mim há poucos instantes perece que resolveu ir-se embora… Abro os olhos e a escuridão do quarto inunda-me a alma… Volto a fechar os olhos e penso… Penso em tudo… Em mim… Em ti… Nas pessoas que, tal como tu, saíram da minha vida neste ano que está a chegar ao fim… Nas pessoas que, curiosamente, tal como tu, entraram na minha vida neste ano… Penso nas coincidências que sempre teimei em negar e que vou descobrindo, a pouco e pouco, que, afinal, existem mesmo… Penso nas decisões que tenho tomado… Na frieza que demonstrei perante algumas situações… Na impotência que senti perante o sofrimento de alguns que me são queridos… Na tristeza que me invadiu e que só agora começa a abandonar-me…
Levanto-me da cama e ligo o rádio… Coloco um CD… Mafalda Veiga… Como não podia deixar de ser… “Por outras palavras”… Como se quisesse gritar bem alto tudo o que tenho cá dentro e não posso… As palavras presas na garganta sufocam-me o coração… Que perde força a cada batimento… Nunca “ninguém prometeu nada”… Disso não posso acusar-te… Eu é que, mais uma vez, me deixei “devorar pelos sentidos”… E depois fiquei assim… E sinto que, como diz a Mafalda Veiga, procuro o “futuro no avesso do passado”… Mas também não encontro… Sinto que me perdi numa qualquer estrela que se apagou… E para poder encontrar o futuro, ou o quer que seja, primeiro preciso de me encontrar a mim mesma…
Há coisas que deveriam mudar de um momento para o outro… Mas que, por alguma razão desconhecida, apenas mudam um pouco a cada dia que passa… Dou-me conta que penso cada vez menos em ti… Há mesmo dias em que nem o faço… Mas quando penso ainda dói… Menos… É certo… Mas dói… Um dia passa… Só espero que não seja tarde demais...

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