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quinta-feira, junho 23, 2005

Porque não só as mulheres sofrem por amor, esta história é especialmente dedicada a todos os homens que sabem amar...


"Pergunto-me muitas vezes como seriam as coisas hoje, se eu não tivesse sido cobarde ao ponto de te dar força para ficares com outro, em vez de te confessar aquilo que sentia por ti… Sempre fomos amigos… E a nossa amizade era a base de tudo… Choramos tantas vezes no ombro um do outro as tristezas… Rimos juntos das alegrias com que a vida nos presenteava… Fomos a força um do outro nas desilusões amorosas que tivemos… Eu estava ali para ti, e tu para mim… Sabias perfeitamente bem que me ias encontrar sempre no lugar onde me havias deixado, no nosso pequeno mundo onde a amizade era rainha… E eu sabia bem que também lá estarias à minha espera… Sempre assim tinha sido, e ainda continua a ser…
Cada vez que me lembro do fim de semana em que te “perdi” penso que não terei forças para te encarar da próxima vez… Já tínhamos combinado aquele fim de semana há tanto tempo… Fim de semana prolongado… Feriado na 5ª e ponte na 6ª… Perfeito… Iam ser quatro dias entre amigos, mas os outros não importavam… Tinha decidido falar contigo naquele fim de semana… Ia abrir-te o coração, dizer-te que me tinha apaixonado por ti e que queria que fossemos mais que amigos… Mas aquele maldito cliente tinha de se lembrar de marcar uma reunião inadiável para 6ª, e acabei por ter de ficar em Lisboa… E tu seguiste rumo a Albufeira com o resto do pessoal… Ainda tentei ir ter convosco na 6ª à noite, mas estava cansado demais para aguentar tantas horas a conduzir e acabei mesmo por ficar por cá…
Quando voltaste no domingo e me ligaste a pedir que almoçasse contigo no dia seguinte, notei algo diferente na tua voz, mas apenas percebi que algo realmente tinha mudado quando te vi entrar no restaurante à hora marcada… Vinhas com um sorriso luminoso desenhado nos lábios… Tremi… Conhecia tão bem aquele sorriso… Estavas apaixonada… Não precisaste de o dizer, percebi-o logo… Emanavas aquela paixão pelos poros… Limitei-me a perguntar-te quem era e como tudo se tinha passado… “Conheces-me tão bem!”, disseste tu… Depois lá me contaste que já se conheciam há algum tempo, mas nunca tinham falado muito… Ele era amigo do Ricardo e tinha ido convosco no fim de semana… No fundo não estranhei… Sempre foste muito emocional e sempre adoraste estar apaixonada… E geralmente apaixonavas-te mais rápido do que os outros… Por isso não te disse aquilo que qualquer outra pessoa te diria, nem te perguntei se não estarias a ir depressa demais… Tu eras mesmo assim… Ouvi-te falar dele com um sorriso nos lábios, mas por dentro o meu coração chorava… Era de mim que devias estar a falar daquela maneira, e não dele… Apesar da imensa vontade que tinha de te dizer isso mesmo, não o fiz… Estavas feliz e eu queria que continuasses assim… Dei-te toda a força de que precisavas para seguir em frente… Só eu sei o que me custou ver-te ir embora no fim do almoço e perceber que, mais tarde, irias para os braços dele…
Da primeira vez que tiveste uma discussão com ele vieste chorar nos meus braços, e as lágrimas que te caíam eram como punhais que alguém me cravava no peito… Chorei contigo… Não estranhaste… Nunca fui suficientemente forte para te ver chorar e não chorar contigo… Mas daquela vez eram lágrimas diferentes… A amizade que me unia a ti tinha sido transformada em algo ainda mais profundo e intenso… Num amor que eu tinha de guardar só para mim… A custo pedi-te que lhe desses uma oportunidade de se explicar, porque sabia que era isso que esperavas ouvir de mim… E eu sabia que não podia ser egoísta ao ponto de te dizer que o esquecesses, só porque te amava… Queria, acima de tudo, ver-te feliz e sabia que naquele momento a tua felicidade estava ao lado dele, apesar de tudo… E lá foste mais uma vez para os braços dele com a minha “bênção”…
Hoje vejo-te aí, linda como só tu sabes ser, vestida da maneira que sempre sonhaste para dar um dos passos mais importantes da tua vida… Pediste-me que fosse teu Padrinho, e que te levasse ao altar, já que o teu Pai não o poderia fazer de canadianas por causa da perna que havia partido uma semana antes… E eu, como não poderia deixar de ser, aceitei… Afinal sou o teu melhor amigo, e não poderia dizer-te que não… Vou levar-te ao altar e entregar-te a outro para te tornares dele para sempre, quando o que mais desejava era que alguém te entregasse a mim para sermos um do outro por toda a eternidade… Mas sei que não é possível… Por isso a minha prova de amor será conduzir-te ao altar e desejar, do fundo do coração, que sejas feliz…"

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