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sábado, julho 09, 2005

Ganhei... 




Sem nada a esconder abri-te o coração e deixei-te entrar. Ocupaste o espaço que tinha prometido a mim mesma que ficaria vazio. Aquele espaço que tinha decidido fechar a cadeado para que mais ninguém conseguisse lá entrar, pelo menos naquele momento. Sim, deixei-te chegar perto. Deixei que entrasses na minha vida sem saber bem que lugar irias ocupar.
Bateste à porta e eu abri. Não pediste licença e foste entrando. E eu passei a querer-te aqui. Não sei bem como nem porquê. Simplesmente passaste a fazer parte da minha vida. E eu tive medo. Receio de perder a minha paz e a minha liberdade. Mas como diz a Mafalda Veiga, numa das músicas que tanto gosto e que tu dizes que te deixam meio triste, “lá fora nem sempre o vento sabe a liberdade”. E fui percebendo isso aos poucos. Fui percebendo que ter-te aqui não significava perder nada. E não perdi. Ganhei. Ganhei o que temos e o que me fazes sentir. Ganhei os sorrisos meigos e os olhares doces com que me presenteias. Ganhei o teu afecto e todas as formas pelas quais o demonstras. Ganhei isto e muito mais.
Somos muito diferentes. Em muitas coisas somos mesmo o dia e a noite. Mas como dizes, há uma coisa em que somos iguais, e que, no fundo acaba por ser o fundamental. Somos iguais de coração. Somos iguais na maneira de sentir. Somos iguais na maneira de nos sentirmos um ao outro. E é isso que me leva para perto de ti todas as vezes em que parece que a distância se vai instalar entre nós. Quando as palavras nos fazem mal e nos deixam tristes é esta certeza, de sermos tão iguais no que sentimos, que me faz ver que as palavras são ultrapassáveis, como já foram algumas vezes. Há coisas que não te digo, nem vou dizer. Já não sou capaz. Sabes bem porquê. Melhor do que ninguém sabes porquê. Mas o importante é o que se mostra. E também sabes isso.
Muitas são as vezes em que parece que nada valeu a pena. Parece que tudo foi em vão. Sinto-o. Como se as minhas palavras caíssem no vazio, como eu me sinto cair. Mas tu não deixas. Dás-me a mão e seguras-me cá em cima, para que eu não caia. Mostras-me que sou forte e que estás comigo. Dizes as palavras que me fazem acreditar em mim. Que me fazem acreditar em ti. Que me fazem acreditar em nós. E é por acreditar que estou hoje aqui, sentada a escrever estas palavras. Porque não importa quem as leia. Não importa o sentido que os outros lhes possam dar. Apenas importamos nós, como somos e como nos sentimos. É o que sinto. E sei que sentes o mesmo. Nada mais importa.

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