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sexta-feira, janeiro 06, 2006

O "meu" Spazio... 

Abro a porta e entro. Subo os degraus da entrada e, do balcão, o empregado do costume sorri-me e diz-me boa tarde. Pergunta-me se é hoje que vou experimentar o outro café e eu sorrio. Respondo a mim mesma que ainda não será desta. Hoje apetece-me o meu café, curtinho e meio amargo. Sento-me na mesa do costume, aquela que fica longe dos olhares indiscretos, que tantas conversas escutou, que tantos segredos guarda e que de tantos momentos foi testemunha. Ah se aquela mesa falasse...
O empregado aproxima-se e peço a minha italiana. “Estou a ver que não é hoje”, diz ele. Quando regressa pergunta-me se estou à espera de alguém e respondo-lhe que não. Hoje preciso de estar sozinha. Preciso de beber o meu café e organizar as ideias com calma, com muita calma. Penso nas últimas semanas e tremo. Foram intensas. Senti-me impotente perante algumas situações com as quais fui confrontada. Senti-me ainda mais impotente perante a tristeza e a angústia de alguém a quem quero muito bem. Mas agora já passou. Já não me sinto impotente perante as situações que me deixaram sem reacção. Defendi-me e continuo a defender-me como posso e sei. E isso faz-me olhar em frente de cabeça erguida. Penso na semana cheia de trabalho que se avizinha e percebo que as coisas realmente importantes da minha vida estão todas ao meu alcance.
“Estás diferente!”, disse-me alguém hoje de manhã. Não respondi. “não mudes assim, não da maneira como estás a mudar”, pediu-me aquele amigo. Desliguei o telemóvel e respirei fundo. Queria poder fazer o que ele me pede, mas sinto que não posso travar este processo de mudança. Aquele amigo, que me conhece tão bem e há tantos anos, no fundo, percebe que não podia mesmo ser de outra maneira. Fecho os olhos e apago este pensamento da minha mente. Não quero pensar nisto agora.
O meu café chega. Sinto o seu aroma inebriar-me os sentidos. O momento pelo qual aguardei toda a manhã. Aqueço as mãos geladas na chávena quente, como tantas vezes fiz neste mesmo lugar. Um “ritual”, como alguém lhe chamou, um dia.
Sinto o gosto do café, meio amargo, e sinto-me revitalizada. (Re)Invento-me e (re)organizo-me neste instante, e (re)penso as voltas que a vida dá.
Este lugar é especial. “Agora percebo porque é que é o teu preferido”, disse-me alguém na primeira vez que aqui veio comigo.
Sinto-me bem neste lugar!
Fecho os olhos e sorrio!
Está quase na hora de ir embora!
Terça-feira volto cá!

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