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quarta-feira, maio 24, 2006

Um dia como os outros, ou talvez não... 

Mais um dia como tantos outros. As mesmas caras conhecidas. O mesmo bar. As mesas do costume, diferentes dependendo da companhia, do momento e da finalidade. E aquele balcão...
Entrar ali, no lugar de sempre, e sentir que daqui a dois dias entro na recta final. Sinto um frio na barriga. Um misto de ansiedade e felicidade, por estar à beira da concretização do sonho, com tristeza e saudade, por deixar para trás aquela que foi a minha segunda casa ao longo dos últimos cinco anos. Vou ter saudades daquilo. Ali, apesar de tudo, fui feliz. Ali sorri e ri muito; chorei de alegria pelos sucessos e de tristeza, como uma criança, pelas derrotas e pelas tristezas, em si; brinquei e disse disparates com aqueles que ao longo destes anos se tornaram meus amigos; discuti e lutei contra aquilo que não achava justo; levantei a voz e impus a minha vontade quando foi necessário; baixei a cabeça e dei razão a quem a tinha, mesmo que isso me tenha custado muito; passei muitas tardes sentada nas mesas redondas do bar velho a jogar à sueca; andei de um lado para o outro, com a pressa e a velocidade do costume, o que me valeu a alcunha de “Andorinha”, para somar à de “Borboleta”; bebi muito café e ouvi a D. Ema dizer-me que não de servia mais café; entrei em stress com exames e orais; e amei muito, mais do que eu mesma julgava possível amar. E agora, todos estes bocadinhos de mim vão ficar ali, dentro daquelas paredes que me ensinaram a crescer como ser humano e como mulher.
Quando ali entrei era uma menina de 18 anos, cheia de sonhos, ilusões e esperança no futuro. À medida que o tempo passou os sonhos foram diminuindo e as ilusões caíram por terra. Mas a esperança no futuro não. Essa permanece intacta, porque quero acreditar que há muitas coisas que são possíveis, mesmo que não seja para já.
Hoje, cinco anos depois, e com quase 23 anos, sou outra, diferente da menina que ali entrou porque era teimosa e sempre tinha dito que ia ser advogada. Olho para trás, para estes cinco anos de faculdade e destaco um, o melhor, o mais rico, o mais feliz e mais triste, ao mesmo tempo. Se o tempo recuasse algumas coisas poderiam ter sido diferentes, mas a verdade é que muito pouco mudaria porque mudar o fundamental seria deixar de ser eu. E hoje, perante o presente daquele passado, apenas me entristece saber que não sou capaz de determinadas coisas por elas terem ficado lá atrás, perdidas no passado do que se sentiu.
A dois dias do fim das aulas sei, sinto, que as saudades vão ser mais do que muitas. Mas, apesar de me ter sido pedido que não deixasse de lá ir, que não abandonasse quem lá fica, não sei se, depois do verdadeiro final, serei capaz de lá voltar tão cedo, em tempo de aulas.
O futuro é incerto, é a incógnita que quero desvendar. O passado já lá vai, e a faculdade, num futuro próximo, fará parte dele. Um passado doce que me fez aprender e crescer, que me ensinou a acreditar que um dia tudo será possível... Só falta saber quando...

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