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quinta-feira, junho 29, 2006

Estórias que se contam... 

Porque todas as estórias têm um momento certo para ser contadas...

"Encontro-me e encontro-te em cada verso deste álbum... Fecho-me no quarto e coloco-o a tocar... Não me atrevi a ouvi-lo durante tanto tempo, porque de cada vez que ele tocava a tua imagem entrava em mim para não mais sair... O Palma... Ainda e sempre o Palma, com o seu, o nosso, “Norte”, com o seu, com o nosso, “Passeio dos Prodígios”... O Palma... A banda sonora desta história que teve o único destino que poderia ter tido... Sempre vi em ti aquilo que eu mesma seria um dia... Talvez por isso não tenhamos conseguido minorar as diferenças entre nós... Porque apesar de poucas, foram elas que tiveram o condão de nos afastar...
Encontrei-te por acaso, num daqueles acasos da vida que nego constantemente... Nada acontece por acaso... Sempre acreditei nisso... E por isso sou a Vera que não amando um homem gosta de muitos... E por isso sou o Manuel que amou com tal intensidade que quando esse amor acabou teve de fugir dele e dos lugar nos quais ele estava impregnado... E por isso sou a Maria que amou o Afonso com toda a sua alma, e que encontrou no António um amor mais calmo maduro... E por isso sou Miguel, que tem alma de pássaro e que não sabe viver preso a nada nem a ninguém... E é neste emaranhado de personagem que povoam o meu imaginário que me encontro, que te encontro, que nos encontro e que encontro a nossa história... Há coisas que não têm mesmo de ser, e foi com esta certeza que consegui levantar a cabeça da segunda vez que te foste embora... Esperei por ti e teria esperado contigo se não tivesses partido... Não me deixaste mostrar-te que tinha aprendido a respeitar o teu tempo e o teu espaço... Preferiste ir embora sem me dar oportunidade de lutar por aquilo que queria, por ti... Não sei se achaste mais seguro assim, ou se apenas havias perdido o encanto... Nunca mo disseste, nem nunca mo deixaste perceber...
Rendi-me perante a tua ausência e resignei-me perante o teu desaparecimento... Chorei e fechei-me... Nunca ninguém percebeu... Nem da primeira vez, nem da segunda... Mas costuma dizer-se que à terceira é de vez, e talvez tenha sido mesmo... Porque à terceira vez que te foste embora, desta vez, eu não fui mais capaz de esconder e falei de ti como nunca tinha falado a ninguém... Talvez não o tenha feito antes por receio de perceber o que realmente havias significado para mim... Ou então porque, inconscientemente, sabia que não falando de ti conseguiria deixar a tua memória guardada dentro de uma caixinha de madeira, no fundo de alguma prateleira escondida do meu canto da lua... Naquele lugar só meu onde guardo aquilo que sendo precioso deve ficar confinado ao esquecimento... Naquele lugar onde deverias ter ficado para sempre... Não ficaste... E agora eu não sei o que fazer com o turbilhão de emoções que despertou em mim este teu sinal de vida... Foste embora de novo no mesmo momento que voltaste... E eu fiquei perdida... Porquê???"

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