quinta-feira, março 24, 2005
Vou embora… Daqui a dois dias estarei a chegar a este lugar… Sim, vou de férias… Descansar, matar saudades, tentar arrumar o sótão de uma vez por todas… Alguém me disse que isto é apenas uma fuga com data de regresso… Talvez esse alguém tenha razão, não sei… Assim como não sei se a resposta que dei, à pergunta que esse mesmo alguém me fez, é mesmo negativa, ou nem por isso…
A distância vai fazer-me bem… Sei que quando regressar algumas coisas terão mudado, definitivamente, de lugar… Mas a vida é mesmo assim… Uma mudança constante…
Daqui a pouco mais de uma semana estarei de volta… Espero regressar mais calma, mais concentrada e menos triste… Porque tenho mesmo de reaprender a sorrir…
Boa Páscoa para todos… E uma óptima semana… Tão boa como espero que a minha seja…
Beijo grande,
Ana
terça-feira, março 22, 2005
Hoje alguém me fez a seguinte pergunta: “O que é preciso para te arrancar um sorriso?”… Ao que respondi: “Um sorriso agora não, não o sinto.”…
Depois lembrei-me que tinha passado o almoço a rir… Mas o riso não vem da alma e o sorriso vem… E, às vezes, rimos para os outros mesmo tendo cá dentro a tristeza como companhia… Mas de sorrir não somos capazes… O peso que temos cá dentro inibe-nos de sorrir… A mim pelo menos inibe…
Hoje não fui capaz de sorrir… Talvez amanhã seja…
segunda-feira, março 21, 2005
"Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob as montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas
Não posso adiar este braço
que é uma arma de dois gumes amor e ódio
Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração."
(António Ramos Rosa)
Hoje é dia Internacional da Poesia… Resolvi brindar este dia com um poema que me foi oferecido há três anos atrás, neste mesmo dia, por alguém muito especial...
Adoro poesia… E achei que este dia merecia uma comemoração… Espero que gostem...
Brindemos também à chegada da Primavera, ainda que cinzenta e chuvosa…
Beijo grande,
Ana
São quase 3 horas da madrugada e não consigo dormir… Mais uma insónia para juntar às outras que têm sido uma constante nesta última semana…
Lá fora o vento sopre forte e zangado… E a chuva cai a medo, talvez para não deixar o vento ainda mais zangado…
Dou mais umas voltas na cama, mas o sono não vem… Decido sari da cama e ir fazer um chá, para ver se aqueço o corpo e a alma… Para tentar que o sono seja meu amigo e me faça dormir…
Já com uma chávena de chá a fumegar entre as mãos sou assaltada pelos pensamentos… As perguntas sucedem-se a uma velocidade estonteante… Mas as respostas que dei seguem-lhes as pisadas… Não são mais do que as respostas possíveis, porque outra coisa não seria de esperar… Porque às vezes, para que aqueles de quem gostamos sejam felizes, temos mesmo de responder “by the book”… Mas uma coisa é certa, só temos as respostas às perguntas que fazemos… Porque só devemos fazer perguntas em relação às quais estamos dispostos a ouvir qualquer tipo de resposta…
Depois de beber o chá, mergulho nos meus lençóis e fecho os olhos… Penso que amanhã é um novo dia… Talvez melhor do que o de hoje…
Já passa das 3h30 da madrugada… A noite vai alta… O vento sopra zangado… Achuva cai forte… E eu continuo sem dormir…
sexta-feira, março 18, 2005
Tive-te perto durante tanto tempo que acho que nunca te dei o devido valor… Sabia-te aí… Certo e incondicional… E hoje percebo que na vida nada é assim… E tenho medo que um dia deixes de estar aí para mim… Sinto muito a tua falta… Das tuas palavras, dos teus mimos…
Não estás bem… Pareces um menino pequenino… E percebo nas tuas palavras a mágoa por as coisas não estarem a correr bem… E eu não posso estar contigo… E fico triste… Porque sei que estás triste… Estás longe… Na cidade que nos viu crescer e que eu escolhi deixar… Queria poder abraçar-te e dizer-te que vai correr tudo bem… Queria dar-te os mimos de que precisas neste momento, mas a distância é a inimiga implacável que não me deixa estar aí…
Digo-te muitas vezes que sinto a tua falta… E hoje apenas te disse “ se ao menos pudesse estar contigo”! Não podia dizer mais nada… Não fui capaz… Mas a tua resposta, como sempre, foi a única possível… “Era óptimo, mas vamos com calma!”… Ponderado como sempre… Mas a verdade é que hoje queria mesmo muito estar aí contigo… E poder fazer-te esquecer tudo aquilo que te atormenta… Mas não posso…
segunda-feira, março 14, 2005
Pedes-me cuidado… Dizes que estou a deixar-me ir outra vez… Mas não é verdade… Estou mais forte, mais segura, embora não pareça… Sabes que aquele sorriso sempre me desarmou… Mas neste momento é só isso… Os sentimentos que me levavam a baixar a guarda, e a deixar o dono daquele sorriso tocar-me a alma e o coração, foram banidos de mim… Agora ficou a doce recordação de um sorriso que me encantou um dia e de um olhar que me derreteu… Só que voltei a fechar-me na concha… O motivo não é único… Há outros que me fazem ter receio de sair de lá… Mas nada disso importa…
A Joana diz que não devo fechar as portas ao passar… Mas é complicado… As correntes de ar inquietam-me muito… Não sei mesmo lidar com elas… Nada me faz conseguir aguentá-las… Talvez seja por isso que quando me dizes que estou a deixar-me ir, eu te digo que não… Porque quando resolvi colocar um ponto final e dizer basta, fi-lo com convicção e sem considerar, sequer, a hipótese de voltar atrás… Há pessoas que quando desocupam o nosso coração fazem-no de vez… Foi o que aconteceu… Aquele sorriso continua a fazer-me sorrir, mas isso não é necessariamente mau…
Sei que te preocupas comigo e que é por isso mesmo que me pedes cuidado…
Descansa… Eu estou bem… E se não estiver vou agarrar com força a mão que me estendes… Porque os amigos estão lá quando mais precisamos… E por isso sei que vais estar…
domingo, março 13, 2005
Não consigo escrever… As palavras não me saem… Estou triste… Vou parar… Tenho mesmo de o fazer… Se não qualquer dia já não reconheço nada à minha volta… Isto foi longe demais… Como diz o Palma “não podemos ver ao longe/e corremos sempre o risco de ir longe demais”… Vou deixar que o tempo passe e seque o que há para secar… Nada mais posso fazer…
sexta-feira, março 11, 2005
This is the last time
That I will say these words
I remember the first time
The first of many lies
Sweep it into the corner
Or hide it under the bed
Say these things they go away
But they never do
Something I wasn't sure of
But I was in the middle of
Something I forget now
But I've seen too little of
The last time
You fall on me for anything you like
Your one last line
You fall on me for anything you like
And years make everything alright
You fall on me for anything you like
And I no I don't mind
This is the last time
That I will show my face
One last tender lie
And then I'm out of this place
So tread it into the carpet
Or hide it under the stairs
Say that some things never die
Well I tried and I tried
Something I wasn't sure of
But I was in the middle of
Something I forget now
But I've seen too little of
The last time
You fall on me for anything you like
Your one last line
You fall on me for anything you like
And years make everything alright
You fall on me for anything you like
And I no I don't mind
(instrumental)
The last time
You fall on me for anything you like
Your one last line
You fall on me for anything you like
And years make everything alright
You fall on me for anything you like
And I no I don't mind
terça-feira, março 08, 2005
Este é o simbolo da minha faculdade. Da casa onde estudo. Da instituição que respeito. Do lugar onde passei os últimos três anos e meio.
Este foi um dos muito "bonecos" que estiveram espalhados pela faculdade na última semana. Querem destruir o que a custo foi conquistado pelos alunos que passaram por aquela casa. Faremos o que estiver ao nosso alcance para que isso não aconteça.
Hoje teve início a "revolta" dos alunos. Porque esta é a nossa vida, o nosso futuro. Porque não somos marionetes nas mãos dos Professores. Porque merecemos o respeito que exigimos e a boa formação que nos fez escolher esta Faculdade de Direito e não outra.
Porque a FDL é a melhor Faculdade de Direito do país, e assim deve continuar a ser.
sábado, março 05, 2005
Já não sou capaz...
Sinto que, ontem, algo ficou, irremediavelmente, perdido. As palavras fluíam. A conversa estava a ser amena e agradável. Mas, de um momento para o outro, tudo mudou. As palavras que se seguiram tiveram o poder de deitar por terra algo fundamental. Quando percebi a real amplitude de tudo aquilo só queria fugir dali. Mas não o fiz. Mantive-me firme e inabalável. Na minha mente só ecoava uma expressão: “Não acredito naquilo que acabei de ouvir!”. Aquelas palavras, por mais banais que possam ter soado aos ouvidos dos mais distraídos, tiveram o poder de destruir algo extremamente importante para mim. Algo que, por causa das cabeçadas que já dei, muito dificilmente será recuperado.
Tenho pena, muita pena mesmo. Fiquei triste com a situação. As coisas poderiam ter sido diferentes. Não foram. Não tinham de ser. Já não sou capaz de confiar naquela pessoa. Foi só mais uma desilusão. Um dia habituo-me.