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domingo, outubro 31, 2004

Chove lá fora... 

O dia está cinzento… As nuvens escuras e carregadas pintam o céu e ameaçam chover a qualquer instante… O frio aperta e a minha garganta dói… Como diz o Pai, eu sou mesmo uma flor de estufa… Apanho uma gotas de chuva e um pouco de vento frio e pronto, começo logo com dores de garganta… O que vale é que já sei como acabar com isto rápido… Todos os anos é a mesma coisa…

Parece que desta vez o frio veio mesmo para ficar… E eu estou cheia de vontade de vestir aquelas camisolas de gola alta que gosto tanto… E de usar aqueles cachecóis que me aquecem o pescoço…

Hoje resolvi enrolar-me num cobertor e sentar-me quietinha e quentinha no sofá a ver televisão… Vejo o “Titanic” pela enésima vez… Parece que as televisões adoram transmitir o filme nesta altura do ano… Deve ser uma espécie de elogio do frio que eu ainda não percebi muito bem… Não me queixo… Gosto do filme… E gosto do frio…

Sei que pode parecer um contra-senso, pelo facto de ter nascido no pico do Verão, mas as minhas estações do ano preferidas são mesmo o Outono e o Inverno… Adoro o frio… Adoro as roupas de Inverno que nos deixam a parecer uns “chouriços”, mas que nos dão uma enorme sensação de estarmos protegidos… Adoro estar em casa quentinha em dias como o de hoje, e ouvir a chuva cair lá fora… Como cai neste momento… Tiro o som da televisão e escuto com atenção a chuva a bater na janela… Não consigo resistir e desvio os cortinados só para a ver molhar os vidros e escorrer…

É fabuloso ver chover…

Quando no Inverno estou no Alentejo adoro acordar de manhã e vir cá fora sentir o cheiro da terra molhada depois de uma noite de chuva intensa…

Está frio… Está a chover… Mas o som da chuva a cair acalma-me… Faz-me pensar… Há muito que a minha atenção se desviou do filme… E eu penso… No quê já não vale a pena dizer… A garganta continua a doer-me… O que vale é que já não tenho febre… Na terça estou em forma para regressar à faculdade…

Continua a chover… E, à medida que a noite cai, o frio vai apertando ainda mais… Com a Serra aqui ao lado parece que estou no lugar mais frio do mundo… De manhã vinha no IC19 com a Mana e não se via nem o Palácio da Pena, nem o Castelo dos Mouros… A Serra estava coberta com um manto cinzento e denso que escondia os seus mais conhecidos encantos, desvendando aqueles que poucos conhecem…

Ainda está a chover… E eu tenho cada vez mais frio… Acho que vou beber um chá bem quente para ver se as dores de garganta acalmam, tentar acabar de ver o filme, e libertar a minha mente daquilo em que penso e não devo…

terça-feira, outubro 26, 2004

(As minhas) Verdades... 

“Porque eu sou tua amiga. Conheço os teus sorrisos, reticências, silêncios.”

É verdade. Conheces-me. Ás vezes interpretas-me melhor do que eu mesma. Mas de tão parecidas que eram, as nossas histórias tornaram-se muito diferentes. Tiveste a força e a coragem que eu procuro incessantemente, e não consigo encontrar, para dizer basta, do fundo da alma. Sim, porque é no fundo da alma, naquele cantinho mais escondido e sombrio, que guardo a força que me vai fazer seguir em frente e crescer ainda mais um pouco com esta história.

Disseste-me várias vezes que as pessoas não saíam da nossa vida, só mudavam de lugar. Mas não sei bem se é assim. Ou se sei, então prefiro não saber. Prefiro acreditar que saem e pronto. Algumas saem e deixam a porta entreaberta para poderem voltar. Outras saem e batem com a porta de uma maneira que fazem tanto barulho que nos deixam a certeza que jamais regressarão. Outros, ainda, saem muito devagarinho deixando atrás de si um silêncio ensurdecedor. Um silêncio daqueles que nos provoca um arrepio na espinha, esvazia a alma e gela o coração. Um silêncio que se mistura com a certeza da partida e a incerteza de um possível regresso.

E mais uma vez te digo que é nesta última saída que me revejo e revejo toda esta história. Porque há coisas que não têm mesmo de ser e pronto. E quando nos perguntam o porquê, simplesmente, não temos resposta. Porque sim. Porque a vida é mesmo assim. Porque não acredito em coincidências. Porque tal como tu acredito em Destino, Fado, o que lhe queiram chamar. Porque nada acontece por acaso. Porque não tinha mesmo de ser.

E ambas sabemos disso.

Dizes que racionalizo tenuemente aquilo que não pode ser racionalizado. Sei que tens razão. Mas já não consigo lidar com determinadas coisas de outro modo. Já não sou capaz de o fazer. Agora só consigo olhar em frente porque tenho medo de olhar o que está à minha volta e ver o que tento evitar a todo o custo. Chama-me cobarde se quiseres. Ou se não quiseres pensa apenas. Porque é verdade. Não nego. Porque sabes que, apesar da importância que as palavras têm para mim, existem aquelas que mesmo que pudessem ser ditas eu não diria.

Há alturas na vida em que é preciso parar para pensar. É o que tenho feito. É o que vou continuar a fazer. Tem mesmo de ser. Tenho de fechar os baús, arrumá-los no lugar, trancar a porta do sótão, e guardar a chave nalgum lugar que depois me esqueça, para não ceder à tentação de lá voltar e desarrumar tudo outra vez. É tempo de dizer basta. Vamos lá ver é se sou capaz.

domingo, outubro 24, 2004

Um presente especial... 

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Porque os amigos são aquelas pessoas que nos conhecem e sabem aquilo de que gostamos, e aquilo que nos faz sorrir e chorar, é muito bom ter amigos… Este foi o presente de anos de uma amiga de quem gosto muito… Ela conhece-me… E isso chega para dizer o tudo que implica o facto de alguém nos conhecer… Muitos se pode questionar sobre o significado deste quadro… Borboletas??? Mas os mais atentos, os amigos, sabem bem o porquê… E o importante está aí… Os outros podem especular, mas não vão entender… Há coisas que só se partilham com os amigos e que por isso só eles conseguem entender…
Para que não restem dúvidas: ADOREI!!! Mas também não podia ser de outra maneira…

Por mais que algumas pessoas tentem, há sentimentos que unem os amigos que ninguém pode minar… Connosco é assim… E fico muito feliz por isso… E os mal-entendidos são como o fumo de um cigarro que num momento nos incomoda, mas que no momento seguinte já se dissipou…

Gosto muito de ti…
Beijos grandes,
Ana

Estou de volta... 

Depois de uns dias de ausência, cá estou de volta... Tive uns problemas técnicos que, felizmente, já estão resolvidos... Resumindo: o computador pifou e eu fiquei sem internet... Mas nada que não tivesse solução e a prova disso é que estou de volta... Agora é só por mãos à obra, até porque tenho algumas coisitas pa escrever...
Beijo grande para todos,
Ana

segunda-feira, outubro 11, 2004

Assim... 

Quero falar mas não consigo… Tenho as palavras presas na garganta… Quero gritá-las ao mundo… Ou sussurrá-las ao vento, para que este as leve e as espalhe por aí… Mas não sou capaz… A tristeza tomou conta da minha alma… O sorriso que mostro não é real… E as palavras que me saem da boca soam-me vazias e desprovidas de qualquer sentido…
Estou à deriva… Há muito que perdi o Norte, mas só agora percebi… Tento içar as velas, na esperança que um vento forte me leve a bom porto… Mas o vento teima em não soprar… As forças começam a escassear… E assim, vou continuando à deriva… Sem rumo… Sem Norte… Sem mim dentro de mim…
“A única certeza na vida é a de que vamos morrer!”… Já me disseram isto tantas vezes… Mas mesmo assim insisto em buscar certezas onde não as posso encontrar… Tento entender o que se passa à minha volta… Mas nem sempre é possível… Tento controlar o que se passa dentro de mim… Mas já devia ter aprendido que há coisas que, definitivamente, são impossíveis de controlar…
Só que não aprendo… E depois fico assim… Como estou e nem sei… O vazio instala-se… E a inquietude dá asas a uma nova busca de certezas e seguranças que ninguém me pode dar, mas que eu teimo em procurar…
Há quem diga que isto é normal… E que passa com a idade… A ver vamos se assim é…

sexta-feira, outubro 08, 2004

Wind of Change 

"I follow the Moskva
Down to Gorky Park
Listening to the wind of change
An August summer night
Soldiers passing by
Listening to the wind of change

The world is closing in
Did you ever think
That we could be so close, like brothers
The future's in the air
I can feel it everywhere
Blowing with the wind of change

Take me to the magic of the moment
On a glory night
Where the children of tomorrow dream away
In the wind of change

Walking down the street
Distant memories
Are buried in the past forever

I follow the Moskva
Down to Gorky Park
Listening to the wind of change

Take me to the magic of the moment
On a glory night
Where the children of tomorrow share their dreams
With you and me

Take me to the magic of the moment
On a glory night
Where the children of tomorrow dream away
In the wind of change

The wind of change blows straight
Into the face of time
Like a stormwind that will ring
The freedom bell for peace of mind
Let your balalaika sing
What my guitar wants to say

Take me to the magic of the moment
On a glory night
Where the children of tomorrow share their dreams
With you and me

Take me to the magic of the moment
On a glory night
Where the children of tomorrow dream away
In the wind of change"


Já há algum tempo que disse que este iria ser o Verão das mudanças… E sinto que, apesar de tudo, foi mesmo… Porque, tal como diz a música que escolhi para brindar o ano lectivo que se inicia já na segunda-feira, o futuro está no ar e sopra o vento da mudança…
Porque os Scorpions são um dos meus grupos preferidos, aqui vos deixo com uma das suas melhores músicas, “Wind of Change”… Porque espero mesmo que este novo ano traga muitas coisas boas… Porque adorei o meu terceiro ano de faculdade, mas tenho esperança de vir a gostar ainda mais dos dois que faltam para terminar o curso…
Espero que gostem de Scorpions tanto quanto eu… E que apreciem esta música de verdade…
Desejo-vos um bom início de aulas… Que entrem mesmo com o pé direito, e que o ano seja fabuloso…
Um beijo grande para todos…
Ana


quinta-feira, outubro 07, 2004

Desilusões... 

É, de facto, nas pequenas coisas que se descobrem as grandes diferenças… E neste caso não foi diferente… Não tenho nada de censurar… Não tenho esse direito… Mas sinto-me desiludida… Como se tivesse sido comigo… Não entendo…
Acho que o problema é mesmo meu… Como alguém me disse há bem pouco tempo: “Tens de perceber que as pessoas não são todas boas.”… Mas acho que continuo a acreditar que as pessoas são boas… E depois fico assim, desiludida e triste…
Há coisas na vida que não se explicam… Tenho aprendido isso ao longo dos meus recentes 21 aninhos… Os porquês nem sempre têm resposta… E há coisas que acontecem porque têm mesmo de acontecer…
A Lipa diz que penso demais… E talvez pense… E talvez seja por isso que a Concha me diz tantas vezes para não sofrer por antecipação… Talvez ambas tenham razão…
Hoje voltei a ouvir Mafalda Veiga… Depois de um mês e pouco sem conseguir escutar aquelas músicas, finalmente, ganhei coragem para o fazer… Aquelas músicas… A banda sonora de uma estória mal escrita, mal contada… A minha banda sonora… Aquelas letras que me enchem a alma e afagam o coração… Aquelas letras que tenho medo de já não conseguir sentir com a intensidade de antes… Sim, porque a minha alma gela e o meu coração endurece a cada instante que passa…
Porque se é nas pequenas coisas que se descobrem as grandes diferenças, é, também, nessas pequenas coisas que nascem as grandes desilusões…

quarta-feira, outubro 06, 2004

As palavras que nunca te direi... 

Tenho a alma a transbordar de sentimentos confusos… Daqueles que nos fazem sonhar, mas ao mesmo tempo sabemos que temos de esquecer… Sentimentos que são sentidos por engano ou loucura… Ilusões que nos fazem querer o tudo que no fundo não passa de um nada, vazio e profundo, como um abismo…
Como o tudo e o nada que se unem e separam num instante… Como o Céu e o Mar que se julgamos unidos pela linha do horizonte, mas que na realidade estão tão longe como sempre… Porque o Céu não dá beijinhos ao Mar, como eu digo à Beatriz quando ela me pergunta onde é que eles se encontram… Como a luz da Lua, o Luar, que não existe, não é real… Afinal a Lua é iluminada pelo Sol… Como todas as coisas que julgamos reais e possíveis mas não são… Estes sentimentos confusos que teimam em não me abandonar, também não são possíveis… Também não podem ser reais…
E por isso estas são as palavras que nunca te direi… Porque não posso dizer… Porque não me é permitido… Porque mesmo que fosse me faltaria a coragem necessária para o fazer… Porque estes sentimentos nasceram sem que eu me desse conta… Porque quando percebi já era tarde demais… Porque sei que um dia tudo isto deixará de fazer sentido… Estas são, definitivamente, as palavras que nunca te direi…

sexta-feira, outubro 01, 2004

Dúvidas... 

Sinto-me estranha... Não esperava ficar tão impávida e serena depois deste encontro... Foi o mais inesperado possível... Foi mesmo obra do acaso... Eu não esperava ver-te ali hoje, e tenho a certeza que também não esperavas encontrar-me... Foi um olhar de surpresa e um sorriso forçado, que não esperava ser dado naquele momento...
Não sei o que sinto... É-me difícil sentir o que quer que seja... Ficou um vazio inexplicável... Algo tão repentino e inesperado como a tua entrada naquele lugar...
Tinha saudades tuas... Ainda tenho... Ou talvez não... Talvez nunca as tenha sentido de verdade... Talvez nunca tenha sentido o que quer que seja por ti de verdade...
Mas uma coisa é real... Esta sensação de não saber o que sinto... Esta batalha de sentimentos que se trava neste momento dentro de mim...
Não estava preparada para te ver... Já tinha conversado comigo mesma... Já me tinha dito que não te voltava a ver antes de segunda feira...
Não sei o que sinto...
Não sei se sinto...
Mas sinto-me estranha...
12 de Abril de 2004

Vontade de dormir 

"Fios de oiro puxam por mim
A soerguer-me na poeira -
Cada um para seu fim,
Cada um para seu norte...

- Ai que saudade da morte...

Quero dormir... ancorar...

Arranquem-me esta grandeza!
- P'ra que me sonha a beleza
Se a não posso transmigrar?"


Mário Sá Carneiro


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